quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Massagem sensual
Kama Sutra não faz menção à massagem, embora seja usada há milhares de
anos como um meio de acabar com o cansaço e a tensão.
E, contudo, porque ligamos o toque ao sexo, tendemos evitar nos tocar temendo
ser mal interpretados. Esse hábito pode até mesmo se estender, impropriamente,
a nossos parceiros, de modo que nos concentramos na expressão puramente
sexual, evitando qualquer toque sensual sistemático. Ignorando o poder da
massagem, muitos amantes perdem uma fonte de grande prazer, assim como um
meio de tornar o corpo muito mais receptivo e relaxado para o ato sexual. O
objetivo da massagem sensual, seja ou não para terminar em sexo, é o
relaxamento máximo, e por isso é importante criar um cenário confortável no qual
aplicá-la. Uma cama grande com um colchão firme, ou até mesmo um lençol no
chão, podem ser adequados. Coloque travesseiros ou almofadas debaixo do
pescoço, das costas e dos tornozelos do parceiro. Certifique-se de que o quarto
está aquecido e suavemente iluminado, com garantia de total privacidade.
Você pode usar os movimentos de massagem individualmente, combinar dois ou
mais deles, ou fazer uma seqüência completa, começando nos pés e chegando
até a cabeça.
Costas e Coluna
Trabalhe para cima a partir das nádegas, usando uma pressão gentil e erótica.
Mantenha as mãos abertas e niveladas uma com a outra e com seus polegares
avançando sempre a partir da espinha. Trabalhe até a base da nuca e daí para os
ombros, e depois desça lateralmente até as nádegas. Repita essa massagem
duas vezes ou mais, dependendo da vontade do parceiro.
Ombros e Cabeça
Massageie a frente dos ombros, os lados do pescoço as bochechas e o maxilar,
as têmporas e a testa. Depois passe levemente os dedos sobre o queixo, os
lábios, os olhos e o nariz. Muitas pessoas também gostam que lhes seja
massageado o alto da cabeça, em uma ação parecida com a usada na lavagem
dos cabelos.
Pés e Pernas
Comece massageando os dedos dos pés e as áreas entre eles. Em seguida,
passe as palmas das mãos firmemente nas solas e nos peitos dos pés.
Depois erga uma perna de cada vez e gire suavemente cada pé durante alguns
minutos até relaxá-lo. Finalmente trabalhe nos tornozelos, nas panturrilhas e na
parte posterior das coxas.
Posição
É mais fácil massagear pés, tornozelos e panturrilhas se ela se deitar de bruços.
Nádegas
Pressione firmemente e mova as mãos num rígido movimento circular sobre as
nádegas - a maioria das pessoas gosta que esse local seja pressionado. Depois
pressione leve e crescentemente até suas mãos estarem simplesmente
escovando a pele. Termine amassando e pressionando uma nádega de cada vez.
Braços e Peito
Trabalhe para baixo a partir da frente dos ombros para o peito e o abdome, e
massageie levemente as mamas e os mamilos. Então massageie suavemente os
braços, trabalhando novamente para baixo.
Depois suba pelas coxas fazendo movimentos circulares com as mãos (a mão
direita no sentido horário, e a esquerda no anti-horário).
Massageie as coxas e virilhas, inclinando pressão suave na área pubiana e
umbigo, onde ela é muito agradável. Suba para os quadris e depois passe as
pontas dos dedos sobre os seios ou peitoral, massageando-os suavemente.
Movimento da mão
Quando massagear a partir das coxas, faça movimentos circulares com as mãos.
Alto das Costas
Na parte superior das costas, trabalhe primeiro nos músculos entre as omoplatas
e a base do pescoço, depois desça as mãos e massageie o parceiro dos lados
com a ponta dos dedos. Finalmente, pressione os ombros e, reduzindo a pressão,
a nuca.
Usando o óleo de massagem
A aplicação de óleo de massagem a frio em geral chega como um choque para a
pele do receptor - todo óleo de massagem funciona melhor quando foi préaquecido
ao ser esfregado por alguns segundos entre as mãos. Unte cada área da
pele do parceiro pouco antes de massageá-lo, em vez de untá-lo de corpo inteiro
primeiro: aplique uma pequena quantidade à parte que pretende massagear, e
esfregue-a com toques suaves, mas firmes. Após a massagem, você pode deixar
o óleo penetrar na pele do parceiro, removê-lo suavemente com uma toalha ou, de
maneira mais eficaz, com álcool, embora por ser frio o álcool possa quebrar o
encantamento.
Óleos de Massagem e Aditivos
Você pode aplicar massagem no parceiro com as mãos secas, mas seus
movimentos serão mais suaves e eficazes, especialmente se é inexperiente, se
usar óleo de massagem ou loção. Existe ampla variedade de óleos adequados,
muitos derivados de nozes (principalmente de coco) ou vegetais. Óleos naturais,
como de amêndoa, oliveira, semente de uva e girassol, podem ser usados como
óleos base, perfumados com acréscimo de óleos essenciais, entre os quais os
mais adequados são Patchuli, sândalo, Ilangue-ilangue, jasmim e rosa. Para
produzir óleo suficiente para uma sessão de massagem, adicione 12 gotas do óleo
essencial escolhido a cerca de 30 ml do seu óleo-base.
Frascos de óleo de massagem
Massagem para Excitação Sexual
Você pode fazer amor melhor quando seu corpo foi relaxado com uma massagem,
mas se quiser usar a massagem para excitar, em vez de apenas relaxar, mude
dos toques vigorosos para uma ação bem mais suave. Por exemplo, traçar uma
linha de um lado a outro através do peito, das mamas e dos mamilos com a ponta
dos dedos, pode ser mais excitante para ambos do que os movimentos mais
vigorosos da massagem convencional.
Muitas outras áreas do corpo reagem a um insistente toque "plúmeo", incluindo o
pescoço, o interior dos braços e das coxas, o umbigo, as nádegas, as panturrilhas
e os dedos dos pés. Você não precisa se restringir ao uso das mãos; deite sobre o
parceiro e esfregue o seu corpo contra o dele, ou use seus pés e dedos dos pés
para explorar lugares ocultos e proporcionar a ambos sensações novas. Se existir
a química certa entre um casal, quase todas as áreas do corpo serão muito
sensíveis ao toque erótico e poderão ser estimuladas para dar prazer e aumentar
a antecipação do ato sexual.
Os Toques Básicos de Massagem
Você pode aprender muito rapidamente os toques básicos de massagem, e todos
os atos a seguir são recomendados.
Amassadura
Curve as mãos gentilmente e amasse a carne com um movimento suave e
regular.
Pétrissage
Mova em círculos os nós dos dedos e polegares ao longo da espinha para
suavizar a tensão muscular. Mas não massageie a espinha em si.
Percussão e mãos em concha
A percussão envolve batidas leves e rítmicas, enquanto as mãos em concha
envolvem batidas no corpo alternando as mãos que estão em concha com os
dedos juntos e os polegares dobrados para dentro. Seja qual for a técnica de
massagem escolhida, sempre faça movimentos rítmicos, simétricos e completos.
Use óleo apropriado e consulte o parceiro a respeito da pressão a ser usada,
porque a massagem deveria ser sempre um prazer para ambos. Além disso, você
deveria aprender a esquecer-se temporariamente de suas próprias necessidades
e concentrar-se no prazer do parceiro. Dessa forma atingirá o objetivo desejado de
conseguir dar e obter prazer plenamente.
Prazer Táctil
O toque amoroso é uma das partes mais importantes de um relacionamento
íntimo, e correndo os dedos pelo cabelo de seu parceiro enquanto ele faz o
mesmo com o seu, uma mulher pode aumentar muito o prazer táctil para
ambos.Os amantes podem levar isso um pouco mais longe escovando os cabelos
um do outro, ou massageando-os.
Usando o cabelo
Usando o cabelo
O eterno fascínio que o cabelo de uma mulher exerce sobre o homem é
reconhecido pelo Kama Sutra, que declara que uma das artes que a mulher
deveria aprender é "compor o cabelo com ungüentos e perfumes e trança-lo". O
poder erótico do cabelo da mulher é retribuído quando, ao admirá-lo e acariciá-lo,
o parceiro experimenta sentimentos de desejo por ela, que em seguida se
incumbe de satisfazer. No tempo de Vatsyayana, o cabelo comprido era apreciado
em mulheres e homens. Agora, como naquela época, é um grande trunfo no jogo
do amor. Os pêlos púbicos também têm um papel importante nas preliminares do
ato sexual, e para os amantes, ver e sentir os pêlos púbicos um do outro anuncia
os prazeres do ato sexual. Mas o ato de acaricia-los não precisa ser limitado às
preliminares, porque depois do ato sexual pode expressar ternura tão
eloqüentemente quanto mostrar o desejo de fazer amor de novo.
Deveriam ser tocados suavemente - acariciados, em vez de puxados.
Um Leve Toque
Quando uma mulher cabelo comprido, ele pode cair distraidamente sobre o rosto e
seios e esfregar-se suavemente contra o corpo nu do parceiro. Se for longo o
suficiente, a mulher pode até mesmo envolver os ombros e peito do homem com
ele. E se ela estiver por cima, pode posicionar-se de modo a passá-lo
provocantemente sobre todo o corpo do homem, inclusive o seu pênis,
aumentando assim o desejo dele por ela.
Revelando o Pescoço
O cabelo limpo e lustroso de uma mulher pode ser um poderoso afrodisíaco,
convidando o amante a brincar com ele, e enterrar nele o rosto e as mãos. Sua
textura e seu brilho são por si só atraentes, mas quando ele é erguido e revela um
pescoço macio e delicado, a alegria do amante é ainda maior. Às vezes o homem
escolhe esse caminho para revelar seu desejo para a mulher, e as conotações
animalescas desse tipo de aproximação por trás geralmente trazem mais
excitação para ambas às partes.
As Ritualizadas Pancadas
As Ritualizadas Pancadas do Amor
O Kama Sutra descreve inúmeros estilos de espancamentos rituais inócuos que
podem ser usados pelos parceiros para aumentar sua excitação antes e durante o
ato sexual. Quatro tipos de pancadas são descritos: com as costas das mãos, com
os dedos levemente contraídos, com os punhos e com as palmas das mãos. As
pancadas são mais eficazes nos ombros, na cabeça no espaço entre os seios, nas
costas, no diafragma e nos lados. Os amantes modernos bem que poderiam dar
espontaneamente pancadas leves um no outro, mas a violência é um tabu em
nossa sociedade - as pessoas a temem, e têm bons motivos para isso. E embora
o Kama Sutra sugira que a mulher retribua as pancadas do homem, muitas
mulheres temem ser rejeitadas por esse comportamento. Quem aprecia a
violência ritualizada é estigmatizado em nossa sociedade, além de ser alvo de
muitas piadas. Mas os aficionados do espancamento lhe dirão que uma leve
pancada com a palma da mão não dói realmente, mas proporciona uma breve e
excitante sensação de formigamento, e que se você receber pancadas suficientes,
seu corpo ficará muito excitado. Há uma dimensão emocional também. Como o
ato de bater, embora ritualmente é agressivo, muitas pessoas acham que o ato
agressivo artificial pode ser suficientemente provocador para despertar emoções e
irritá-lo a ponto de você revidar e dessa forma causar uma brincadeira de briga.
Isso aumenta os seus níveis de adrenalina, e quando eles aumentam, você se
excita.
Beijando o corpo
Beijando o corpo
Embora os lábios e os seios sejam especialmente sensíveis ao beijo, a maior
parte do corpo, incluindo os membros, reage ao beijo; em geral, quanto mais
próximo da genitália, mais intenso e irresistível é o prazer. Não há necessidade de
nenhum parceiro ficar passivo, porque os beijos no corpo podem ser apreciados
pelos dois parceiros ao mesmo tempo, principalmente se eles estiverem deitados
lado a lado. O Kama Sutra, sem entrar em detalhes, diz que a intensidade de um
beijo varia de acordo com o local do corpo em que é aplicado, e pode ser
"moderado, contraído, pressionado ou suave".
Coxas
Beijar as coxas provoca sensações muito eróticas
Costas e espinha
Beije as costas de leve ou lamba toda a extensão da espinha de seu parceiro.
Acariciando e beijando
Aumente o efeito de seus beijos combinando-os com carícias sensuais.
Beijo nos Seios
Os beijos eficazes são aqueles dados de leve em toda a extensão dos seios,
enquanto os mamilos devem ser sugados ou mordicados. Os mamilos merecem
atenção especial, porque o seu estímulo é extremamente excitante para muitas
mulheres. Um amante atencioso dedica carinho especial ao beijar e acariciar os
seios da parceira, por trazer satisfação emocional e ser excitante. Se os seios são
ignorados em favor da genitália, a mulher fica insatisfeita.
Beijo nos Seios
Os beijos eficazes são aqueles dados de leve em toda a extensão dos seios,
enquanto os mamilos devem ser sugados ou mordicados. Os mamilos merecem
atenção especial, porque o seu estímulo é extremamente excitante para muitas
mulheres. Um amante atencioso dedica carinho especial ao beijar e acariciar os
seios da parceira, por trazer satisfação emocional e ser excitante. Se os seios são
ignorados em favor da genitália, a mulher fica insatisfeita.
Arranhando
Embora reconhecendo que os amantes freqüentemente usam suas unhas para
expressar paixão na partida, no encontro, ou na reconciliação depois de uma
briga, o Kama Sutra afirma que o uso das unhas deveria se restringir àqueles que
sentem prazer com isso.
Na Índia do Kama Sutra, como em outras culturas anteriores e posteriores, as
marcas da paixão nos seios ou na garganta de uma jovem seriam para dizer ao
mundo que ela era considerada sensual. Essas marcas provocam admiração.
Vatsyayana explica que "quando um estranho vê ao longe uma jovem com marcas
de unhas nos seios, enche-se de amor e respeito por ela". O mesmo ocorre com
um homem com marcas de unhas. Segundo o Kama Sutra, as marcas também
são feitas para os amantes se lembrarem um do outro quando estão separados:
"Se não houver marcas de unhas para lembrar a uma pessoa dos momentos de
amor, o amor será diminuído como quando o ato sexual não ocorre durante um
longo tempo. Contudo, as marcas de unhas não devem ser deixadas em mulheres
casadas, mas tipos específicos de marcas podem ser feitos em suas partes
íntimas, para lembrança do amor. Vatsyayana conclui que ”nada tende a aumentar
tanto o amor quando os efeitos de marcas de unhadas e mordidas”.
Pressão das unhas
Pressione o suficiente para deixar marcas, e não para lacerar a pele.
Camisinhas
Camisinhas
A camisinha é fundamental na prática do sexo seguro, porque reduz
substancialmente o risco de infecção por HIV e oferece proteção eficaz contra
outras doenças sexualmente transmissíveis (e contra a gravidez). As principais
objeções ao seu uso são que colocá-las interrompe o fluxo do ato de amor e que
as sensações do homem são menos intensas. A resposta para o primeiro
problema é adquirir o hábito de tornar essa tarefa uma experiência erótica para
ambos os parceiros e uma parte integral das preliminares. A segunda objeção é
até certo ponto válida, mas em todo caso, uma pequena perda das sensações é
sem dúvida um preço pequeno a pagar pela proteção contra o HIV e outras
infecções como sífilis e herpes.
Tire o ar
Quando colocar a camisinha na extremidade do pênis, tire o ar da ponta
apertando-a um pouco.
Desenrole-a até a base do pênis
Use a outra mão para desenrolar lenta e suavemente a camisinha até a base do
pênis.
Retirada
Lembre-o de como segurar a camisinha no pênis depois da ejaculação e de retirála
antes que o pênis fique flácido.
Usando a Camisinha
Torne a colocação da camisinha no pênis de seu amante um ato erótico e
amoroso, e uma parte do ato sexual. Comece fazendo-lhe uma delicada
massagem genital, e depois o masturbe gentilmente.Após retirar a camisinha da
embalagem, tire o ar da ponta segurando-a entre o indicador e o polegar (o ar que
fica preso pode provocar rompimento durante o uso). Depois, coloque-a com
movimentos sensuais. Se o seu parceiro não é circuncidado, puxe o prepúcio para
trás antes de desenrolar a camisinha.
Sexo sem Penetração
Sexo sem Penetração
Como os amantes sensíveis sabem, a penetração não precisa ocorrer sempre que
cada um casal faz sexo. Abraçar, acariciar, massagear, tudo isso expressa
intimidade, com risco mínimo de infecção por HIV. A masturbação mútua também
pode ser utilizada, mas para maior segurança o parceiro ativo não deve permitir
que os fluidos corporais entrem em contato com seus dedos ou mãos, devido ao
risco apresentado pela presença de arranhões, cortes ou feridas abertas.
Minimizando o risco
Minimizando o risco
Quando existe total confiança entre os parceiros, e ambos sabem o suficiente
sobre a história sexual um do outro para estarem razoavelmente certos de que
não existe o risco de infecção por HIV, o sexo seguro é irrelevante. Mas sempre
há o risco de um novo parceiro sexual estar infectado. Novos parceiros deveriam
sempre praticar o sexo seguro até se conhecerem bem o bastante para terem
certeza de que a infecção é improvável.
Reacendendo a Chama da Paixão
Reacendendo a Chama da Paixão
Ajudando-a atingir o orgasmo
Se a sua parceira não atingiu o clímax durante o ato sexual, ou se deseja ter mais
orgasmos, mas você ainda não está pronto para fazer amor de novo, ajude-a
usando seus dedos para estimular o clitóris, passando-os delicadamente pelas
laterais e pela ponta.
Mantendo a Harmonia
A maioria dos casais não deseja dissipar o cálido arrebatamento que se segue ao
ato de amor simplesmente caindo no sono, ou fazendo qualquer coisa que exija
esforço físico ou intelectual. Alguns gostam de ficar quietos nos braços um do
outro, enquanto outros preferem uma massagem suave, mas não excessivamente
sensual. Se escolherem levantar-se, podem querer manter a harmonia comendo
juntos, ou realizando uma atividade que não exija muito, como ouvir música ou dar
um passeio.
Prolongue o clima
Prolongue o clima
Após fazer amor, parceiros que se preocupam genuinamente um com o outro
desejarão prolongar a intimidade que só o amor traz, ficando próximos, emocional
e fisicamente. Alguns amantes descobrem que tendo acabado de reafirmar um
contínuo vínculo íntimo ao fazer sexo, podem então falar mais facilmente de
coisas que dizem respeito a ambos como casal e indivíduos.
É importante eles discutirem o que mais apreciam acerca de seu relacionamento
sexual, e se sentirem livres para dizerem um ao outro se existe algo que gostariam
de mudar na maneira de fazer amor. Alguns casais falam sobre essas coisas
enquanto fazem amor, enquanto outros acham mais fáceis fazê-lo depois, quando
sabem o que lhes deu prazer e o que os decepcionou. Contudo, freqüentemente
um casal quer repetir a dose. Nesse caso, a mulher deve masturbar o parceiro
para provocar nova ereção. Se eles não pretendem retomar o ato, mas a mulher
não conseguiu um clímax satisfatório, seu amante deve ajudá-la a atingir o
orgasmo masturbando-a.
KAMASUTRA
KAMASUTRA
O seu nome provém da divindade masculina
hindu Kama, que simboliza o desejo e o amor
carnal, e Sutra, que significa conjunto de
ensinamentos, no antigo sânscrito. Este manual
indiano foi escrito no século IV pelo sábio e
nobre, Vatsyayana, para a nobreza da Índia, e
especificamente para os homens, embora as
necessidades femininas não tenham sido
ignoradas em suas páginas. Muito pelo contrário.
O autor relata detalhadamente as instruções
corretas para a excitação da mulher pelo
parceiro, incluindo a importância do homem fazer
a mulher atingir o orgasmo, seja pelo ato sexual
em si, ou através de carícias.
O Kama Sutra traz um conjunto de regras sobre
a prática do amor, segundo os princípios da
filosofia indiana, que eleva o sexo a uma experiência sexual magnífica. As
exigências físicas para realização das posições do Kama Sutra o tornaram
famoso, pois algumas parecem perfeitas acrobacias e outras, lembram as
posições usadas na voga.
O livro não é apenas um manual de posições. Além de descrever,
detalhadamente, 64 formas de amar, consideradas essenciais, pretende também
ser um guia para desenvolver o erotismo e sensualidade de ambientes, situações
e pessoas. Velas e óleos aromáticos, comidas afrodisíacas, perfumes e músicas,
fazem parte de todo o ritual. Nos próprios desenhos que ilustram o manual, é fácil
perceber como estavam sempre enfeitados com tecidos leves, coloridos e
sensuais e cheios de adornos como colares e brincos. Outros livros surgiram
inspirados no Kama Sutra seguindo a mesma linha erótico-sensual, muitos
séculos depois. Também na Índia, foi escrito o “Ananga Ranga” e seu autor,
Kalyana Malla, acreditava que o maior motivo de separação entre um casal é a
monotonia que surge nas relações sexuais, além do sentimento de posse. Ele
ainda afirmava que mulheres e homens casados só acabam nos braços de
estranhos porque precisam de prazeres variados. Esta foi a grande causa da
criação de Ananga Ranga: manter aquecido o relacionamento de um casal.
Ananga Ranga, que provavelmente quer dizer marido e esposa, é, na verdade,
uma coletânea de obras eróticas e inclui, até mesmo, parte do Kama Sutra.
Outro manual que pretende ensinar a arte de amar é o árabe O Jardim das
Delícias, escrito por Sheikh Nefzawi no final do século XV, que foi publicado no
Brasil com o nome O Jardim Perfumado. Esta obra reflete bem a cultura da época,
relatada com o tom um tanto machista do autor. A intenção seria manter o livro
escondido das mulheres já que o domínio masculino era quase que total. Durante
todo o livro, são relatados as experiências masculinas, e conselhos aos homens
para atingir o prazer.
Para os dias atuais e com a liberação feminina, pode-se encará-lo como um
manual interessante para uma leitura a dois.
Você vai conhecer agora, algumas das posições sexuais do famoso Kama Sutra,
com ilustrações de seus desenhos originais, e também, fotos atualizadas com
outros tipos de posições que compõem o Kama Sutra, o Ananga Ranga, O Jardim
das Delícias, e do Tao que é o mais antigo de todos esses livros, mas que relata
entre outras coisas, a necessidade das forças trocadas entre o homem e a mulher
na relação sexual, para trazer equilíbrio e melhorar a saúde. Tudo isso está no
livro de Anne Hooper, da Ediouro Publicações que foi realizado de forma a ter uma
coerência com os dias atuais.
Sexo Seguro
Sexo Seguro
Embora as doenças sexualmente transmissíveis já existissem na época em que o
Kama Sutra foi escrito, Vatsyayana não as menciona. As pessoas sempre
tentaram evitá-las, mas a prática do "sexo seguro" é um fenômeno muito recente.
Essa mudança no comportamento sexual foi provocada pela disseminação da
AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). O termo "sexo seguro" descreve
a atividade sexual que não expõe os participantes à infecção pelo HIV ( o Vírus da
Imunodeficiência Humana), porque a relação sexual é o meio mais comum de
transmissão do vírus. O modo mais eficaz de minimizar esse risco durante a
relação sexual é usar uma camisinha de látex com espermicida.
Comsaúde: Lutando contra infecção de AIDS/HIV em Porto Nacional
Comsaúde: Lutando contra infecção de AIDS/HIV em Porto Nacional
Dr. Eduardo Manzano, presidente da ONG brasileira Comsaúde começou fornecendo alguma informação geral sobre o seu país, "Brasil é um país de contrastes fortes. O sul do país é muito desenvolvido, enquanto que o norte e o nordeste são menos desenvolvidos com problemas de fome, má nutrição, trabalho infantil, exploração sexual das crianças, etc. Infecção da AIDS/HIV é um problema sério entre a população vulnerável. Aproximadamente 600.000 pessoas são infectadas no Brasil com este vírus. Nos últimos anos, o número de mulheres infectadas aumentou rapidamente. Dez anos atrás, havia uma mulher infectada com o HIV para cada vinte homens, agora têm oito mulheres infectadas para cada 20 homens. Isto trás implicações para as crianças também, e a maioria das mulheres infectadas estão na idade de procriar. Por esta razão nós colocamos uma grande ênfase em educar a população sobre riscos e prevenção da infecção do HIV".
Um panfleto para os homens que explicam
como usar uma camisinha, de Comsaúde
Falar à comunidade sobre HIV/AIDS conduz às discussões sobre os temas relacionados às práticas sexuais. O Dr. Manzano explicou, "Nossos trabalhadores estavam inicialmente constrangidos para falar às pessoas sobre o tema sexualidade e até mesmo as pessoas da comunidade estavam constrangidas, mas com a prática, agora ambos os lados sentem-se mais confortáveis em falar sobre isso. Pessoas diagnosticadas com HIV, inicialmente podem ter sentimentos de culpa, medo ou recusa e precisam de conselho. Uma pesquisa foi feita e mostrou que 96% dos brasileiros sabem que usar uma camisinha é a melhor forma de prevenir a infecção do HIV. Nossa campanha focalizou o uso das camisinhas para impedir a propagação da AIDS. Tal campanha corre o risco de trivialisar a introdução do intercurso sexual, mas foi eficaz porque a propagação do HIV no Brasil diminuiu. "
O Dr. Manzano continuou, "Em nosso trabalho, nós gostamos de enfatizar que a sexualidade não é apenas intercurso sexual, mas nós falamos também sobre a importância do amor. Talvez, esta campanha ainda não seja muito eficiente em alcançar os adolescentes, mesmo porque a taxa de gravidez na adolescência continua em alta. Assim, o tema entre os viciados em drogas e a infecção do HIV também não foi atacado corretamente."
Ele enfatizou a importância de envolver as pessoas afetadas pelo HIV na campanha do IEC para educar comunidades.
O Dr. Manzano disse, "Quando um paciente de HIV sabe externar seu medo e sai, ele tem duas vantagens. Em primeiro lugar, tais pessoas adquirem uma maior auto confiança e podem utilizar os recursos da comunidade, da solidariedade social para apoiá-lo em caso de necessidade. Ao mesmo tempo, se eles puderem falar às comunidades, eles são muito mais eficazes em influenciar o comportamento da comunidade, muito mais do que qualquer campanha com pôsteres, etc. "
A apresentação do Dr. Manzano tocou em dois aspectos úteis das atividades do IEC relacionadas à sexualidade das atividades sobre os Cuidado Primários da Saúde:
• Inicialmente fala sobre temas como a sexualidade pode ser constrangedora para trabalhadores e clientes, mas com prática, isto se torna mais fácil.
• Usar pessoas afetadas com HIV pode ser muito mais eficaz para alcançar a comunidade comparado o uso de pôsteres ou panfletos.
Olhando os materiais do IEC apresentados pelo Dr. Manzano, os participantes notaram que estes materiais mostram que no Brasil é possível usar imagens e linguagem explícitas para falar sobre temas sexuais.
Por exemplo, o pôster sobre o comportamento de risco mostrado pelo Dr. Manzano teve ambos pares homossexual e heterossexual, dando uma impressão que temas sobre sexualidade alternada podem ser discutidos abertamente na sociedade brasileira. Muitos participantes sentiram que tais materiais não seriam aceitáveis em suas comunidades.
CUIDADO: Promovendo a saúde entre grupos rurais marginalizados, especialmente mulheres, no Nepal
A senhora Sarmila Shrestha trabalha como coordenadora de uma ONG Nepales chamada CUIDADO que trabalha com Cuidado Primário da saúde e atividades desenvolvidas na comunidade, em comunidades rurais focalizando grupos marginalizados de mulheres. Sarmila informou, "CUIDADO trabalha com 272 grupos de mulheres e muitos outros grupos da comunidade em 135 vilas espalhadas por três distritos de Nepal. As atividades do IEC são muito importantes para nosso trabalho e nós usamos uma variedade de materiais do IEC tais como pôsteres, vídeos, livros, etc. em nosso trabalho. Nós temos um centro de Treinamento rural no vilarejo de Devdaha no distrito de Rupandehi em Nepal que enfoca a capacidade de construção dos fazendeiros pobres. "
Com relação às atividades específicas do IEC relacionados à sexualidade, Sarmila explicou, "Trabalhar com as mulheres rurais pobres significa que os temas sobre a sexualidade estão enfatizando para falar sobre doenças sexualmente transmitidas, temas do planejamento familiar ligados aos problemas tais como: anemia e má nutrição devido aos freqüentes partos, problemas sociais de prostituição, trafico de meninas, etc. Esta informação é dada através dos pôsteres, cartas na parede, carta de jogo, calendários de bolso, tira de desenho, peças na rua, canções e danças, etc. Para despertar temas como o da sexualidade em nossas comunidades, você deve ser bem conhecido na comunidade e eles devem saber que a organização é boa e confiável, que você não está lá para explorá-los ou criar problemas com suas tradições. "
"Para tratar com tais temas nós organizamos reuniões limitadas para participantes mulheres ou somente para participantes homens, mesmo porque em nossa cultura não é fácil falar sobre tais temas em reuniões comuns onde homens e mulheres estão presentes. Para evitar constranger as mulheres, são as mulheres trabalhadoras que falam para elas e lhes explicam a mensagem. A carta de jogo é uma ferramenta útil para as trabalhadoras da saúde desde que tenha figuras de um lado e no outro texto que pode ser lido pela trabalhadora de saúde. Com uma carta de jogo, estamos certos que tocamos em todos os aspectos sem esquecer-se de nenhum. "
O CUIDADO trabalha também com meninas e mulheres positivas do HIV bem como com grupos especiais do risco como as trabalhadoras do sexo. Estas atividades são realizadas também na área urbana através de uma farmácia em Kathmandu. Sarmila diz "Por exemplo, nós temos uma tira de desenho chamada "IIusão e Realidade" que explica as promessas bonitas feitas por homens para seduzir as meninas para "trabalho lucrativo" e como isto conduz à exploração sexual das meninas nos bordéis na Índia e em outros lugares e como estas meninas voltam quando têm AIDS e são rejeitadas por suas famílias. Uma outra tira cômica é chamada "Presente do Amor" e explica como negociar o uso da camisinha."
Com respeito ao trabalho com as trabalhadoras do sexo, Sarmil elaborou mais, "A comunidade culpa-as por todos os problemas, os clientes não são os culpados. Trabalhar com tais grupos marginalizados e oprimidos pode criar problemas para as trabalhadoras da saúde na comunidade. A comunidade pode te colocar na lista negra e tratá-lo como um problema porque eles dizem que você está perturbando a comunidade. As organizações devem estar preparadas para isto e devem continuar a trabalhar apesar de todos estes problemas."
Sarmila sentiu que mesmo os profissionais médicos discriminavam as trabalhadoras do sexo e as pessoas com HIV positivo, e que HIV/AIDS são vistos apenas como um tema médico e não como um tema social, mas a menos que nós desafiemos os aspectos sociais, nós não podemos resolver qualquer um desses problemas.
Sarmila confirmou, "Falar sobre problemas sexuais inicialmente aos membros da comunidade e em reuniões internacionais, pode ser muito constrangedor inicialmente, mas com a prática torna-se mais fácil atacar. É importante que nós possamos aprender falar claramente sobre estes temas desde que os interesses para a saúde das comunidades e especialmente da saúde das mulheres sejam tão altas. Os trabalhadores da saúde também necessitam de treinamento específico e apoio para atacar estes temas nas comunidades."
A apresentação por Sarmila deu algumas indicações sobre o crescimento dos temas sensíveis e tabus nas culturas tradicionais:
• Levantar temas sensíveis em uma comunidade, as pessoas e as organizações relacionadas devem ser bem conhecidas na comunidade. O conhecimento mútuo e a compreensão sobre a organização que está levantando os temas de uma forma responsável e digna, também são importantes.
• Mais informação sensível pode ser compartilhado na comunidade em grupos separados por gênero. Eventualmente, mais informação explícita sobre a sexualidade pode ser discutida em sessões individuais, onde a confidencialidade é garantida.
• Existem grupos vulneráveis específicos tais como as trabalhadoras do sexo que não podem ser fáceis de alcançar através das intervenções gerais nas comunidades, mesmo se em um modo específico de gênero. Para alcançar tais grupos, as estratégias e as intervenções específicas de grupo podem ser necessitadas.
• Os trabalhadores da saúde necessitam aprender a lidar com seus próprios sentimentos e emoções sobre o assunto antes que elas possam levantar os temas com os clientes. Promover um compartilhar de experiências, discutindo desafios enfrentados e as estratégias utilizadas, podem ser úteis. Inicialmente isto pode ser mais fácil em grupos específicos de gênero dos trabalhadores da saúde.
Informar, Educar e Comunicar sobre temas da Sexualidade ligados ao Cuidado Primário da Saúde
Informar, Educar e Comunicar sobre temas da Sexualidade ligados ao Cuidado Primário da Saúde
Com relação à comunicação, Enrico disse, "Comunicar às comunidades é tido às vezes como algo prescritivo, como se é uma ordem e dada de uma forma agressiva e prescrita. Mas se o alvo da comunicação é promover força de vontade às pessoas, então deve ser bidirecional. Deve incluir fazer contato com as pessoas, ouvi-las, observa-las, aprender delas, aprender não apenas da comunicação verbal, mas também das reações não-verbal e do que é deixado de dizer. Uma comunicação depende de muitos fatores incluindo a cultura, gênero, idade, experiência educacional, religião, etc. "
Enrico continuou, "Se as comunicações são postas em termos de julgamento tais como certo e errado, ou melhor e pior, ou normal e anormal, eles conduzem a violência em comunicação. A violência em comunicação está ligada também ao abuso de poder, de modo que nós olhemos aspectos positivos de nossa própria comunicação e olhemos os aspectos negativos dos outros, nós criticamos os outros, ambos como pessoas, sua maneira de ser e sua maneira de agir ou de comportar-se. Isto não inviabiliza a comunicação. Conduz à perda da auto estima, frustração e raiva nos ouvintes. Para evitar isto, a comunicação deve ser para tentar compreender diferentes ponto de vistas, tentando apreciar a posição dos outros. Compreender outros não significa que você concorde necessariamente com ela, mas conduz a um diálogo e a uma negociação para chegar a um consenso."
A Apresentação de Enrico tocou na importância do contexto em que uma comunicação ocorre. Uma comunicação não é neutra, não é apenas sobre dar a informação, é também sobre relacionamentos entre as pessoas que estão ligadas aos temas de poder, conflito, idéias sobre o certo e errado, cultural e crenças religiosa, etc.
Direitos Sexuais
Direitos Sexuais
Os direitos sexuais abrangem direitos humanos reconhecidos
nas leis nacionais, documentos internacionais
sobre direitos humanos e outros documentos
de consenso internacional. Incluem que, todas as pessoas
possam, livres de coerção, discriminação e violência,
ter direito a:
- Ao mais alto nível de saúde atingível com relação à
sexualidade, incluindo o acesso a saúde sexual (inclusive
os serviços de saúde reprodutiva);
- Procurar, receber e disseminar informação em relação
à sexualidade;
- Educação em sexualidade;
- Respeito pela integridade corporal;
- Opção de parceiro(a);
- Decidir sobre ser ou não sexualmente ativo(a);
- Relações sexuais consensuais;
- Uniões consensuais;
- Decidir ter ou não filhos, e quando tê-los; e
- Procurar uma vida sexual satisfatória, segura e
prazerosa.
O exercício responsável dos direitos humanos requer
que todas as pessoas respeitem os direitos das outras.
Saúde Sexual
Saúde Sexual
A saúde sexual é um estado de bem-estar físico, emocional,
mental e social relacionado à sexualidade; não
é somente a ausência de doença, disfunção ou enfermidade.
A saúde sexual requer um enfoque positivo
e de respeito à sexualidade e relações sexuais, assim
como a possibilidade de viver experiências seguras,
livres de coerção, discriminação e violência. Para que
a saúde sexual seja alcançada e sustentada, os direitos
sexuais de todas as pessoas devem ser respeitados,
protegidos e implementados.
Sexualidade
Sexualidade
A sexualidade é uma dimensão central dos seres humanos
ao longo de seu ciclo de vida. O conceito
contempla sexo, identidade e papéis de gênero, orientação
sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução.
A sexualidade é experimentada através dos
pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes,
valores, condutas, práticas, papeis e relações. No entanto,
nem sempre todas essas dimensões são experimentadas
ou expressadas. A sexualidade é influenciada
pela interação de fatores biológicos, sociológicos,
sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais,
históricos, religiosos e espirituais.
O Sexo no marketing
Quando o Brasil foi proclamado por uma pesquisa Britânica (*) em campeão mundial na prática de sexo, por certo esse fato espelhou não somente o comportamento de um povo, mas acima de tudo um estilo de vida, centrado no prazer.
Talvez ainda, como um refúgio de crises ou até mesmo como uma forma de lazer, o fato é que a complexa sociedade de consumo brasileira vive sob o impacto do sexo: nas telenovelas, no cinema, na mídia impressa e, sobretudo na propaganda, respira-se sexo.
A guerra das cervejas nos verões de 2002 e 2003 acirrou a disputa de mercado com base em sexo: a Kaiser provocou e as respostas da Skol, da Brahma e da Anterctica vieram em seguida, até a Shincariol deixou a timidez de lado e entrou na briga, que visa associar o tomador de cerveja ao conquistador de sucesso.
Pois bem, para conquistar e manter clientes homens e mulheres são seduzidos, por anunciantes com apelos à base em sexo.
E não é por outra razão que o marketing – por meio da publicidade – utiliza conceitos de sedução e fantasia, associados ao relacionamento homem-mulher, para estimular a concretização de desejos por meio de consumo de produtos e serviços. O que tem provocado a ira de uma deputada federal do PT, propondo inclusive a proibição do uso da imagem da mulher na guerra das “loirinhas” bem geladas.
Originalmente, o marketing foi exercido como uma metodologia para estimular vendas.
Hoje, no entanto, seu foco mudou: seu objetivo é conquistar e manter clientes.
E como as pessoas, que habitam a sociedade de consumo, são movidas em busca do atendimento de suas necessidades e estão cada vez mais ávidas em busca da realização de desejos e de obter prazer, o esforço de marketing acompanhou essa tendência e passou a ser dirigido para suprir essas expectativas.
Dessa maneira o marketing contemporâneo pode ser redefinido como: “Uma forma de identificar necessidades não atendidas no mercado para desenvolver produtos ou serviços que supram essas necessidades e que, de alguma maneira, ajude o consumidor a realizar desejos de forma a ter satisfação e prazer.”
Na verdade o marketing apenas observou uma tendência e passou a dirigir o seu foco para a realização de desejos explícitos e até mesmo ocultos. Ou seja, os desejos explícitos são aqueles que estão ao nível do consciente das pessoas, ao passo que os desejos ocultos, são aqueles que estão ao nível do inconsciente das pessoas e, portanto não são identificados com facilidade. As pessoas sentem vontade de “algo” mas não sabem porque. São desejos que não são identificados em pesquisa de mercado tradicionais, apenas por meio de pesquisas motivacionais é os desejos ocultos se revelam.
Por outro lado, vale lembrar que a vida moderna confina as pessoas em verdadeiros guetos sociais e profissionais, proporcionando pouco espaço para as realizações pessoais. E o sexo passa a representar uma forma de libertação, afirmação social, pessoal e afetiva. E produtos como a roupa, o calçado, o perfume, a bebida, o cigarro, as jóias e o automóvel, entre outros, são símbolos sexuais para a afirmação pessoal, tanto de poder quanto de prazer. O sexo é, portanto, um porta-voz do poder e do prazer. É ao mesmo tempo, motivação e objetivo. Um exagero? Quem sabe. O fato é que os sociólogos, ao estudar a influencia da moda no comportamento das pessoas, descobrem que os cânones da beleza indicam refinamento, elegância e delicadeza como formas de expressão de sexualidade.
A mulher procura tornar-se atraente e desejada pela sua beleza física, expressa pelo corpo, pelo aroma, pela roupa, e por sua inteligência e intelectualidade. O homem busca a sensualidade do corpo, da inteligência e da agilidade verbal associada à roupa e ao carro, como símbolos de força e potencia. A mulher usa o perfume como química do processo de sedução.
E de que maneira o sexo se insere no estudo de fenômenos de marketing? Bem, o que se observa no mundo dos negócios, é que não existe sexo sem marketing, assim como não existe marketing sem sexo e nexo.
Como o consumidor é o centro de todo esforço de marketing é preciso entender o seu comportamento, diante de tanta exposição à oferta de sexo e esse é um grande desafio.
É, portanto, uma reflexão entre a causa e o efeito. Quem surgiu primeiro, o marketing no sexo ou o sexo no marketing? Quando Eva seduziu Adão, ainda no Paraíso, ela usou o sexo como meio de sedução ou foi a cobra que exerceu o papel de mídia para valorizar a sexualidade? De lá para cá muita coisa mudou. Mas estudar o comportamento de compra das pessoas, analisar estilos de vida, nada mais é do que compreender o escopo da sexualidade a serviço do marketing.
Portanto, em uma sociedade complexa como a atual, o papel do marketing é ampliar o leque de conhecimento sobre o ser humano, para compreender a sua alma, procurar interpretar comportamentos, identificar tendências, para acertar cada vez mais, proporcionando satisfação e prazer às pessoas enquanto consumidoras...procurando preservar as relações como em um relacionamento amoroso.
Seduzindo de uma forma constante e encantando por meio de ações mágicas. Esse é o papel do moderno profissional de marketing: sedutor e mago...
AIDS, homens que fazem sexo
AIDS, homens que fazem sexo
com homens e sexo oral
Nas últimas duas décadas, a AIDS tem sido o
problema relativo à saúde mais importante para
o universo dos homens que fazem sexo com
homens, e mesmo que tenha prontamente respondendo
aos desafios colocados por essa epidemia,
essa população ainda permanece vulnerável
ao contágio pelo Vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV).
No Brasil a transmissão sexual do HIV responde
por grande parte dos casos de AIDS. Segundo
o banco de dados do Ministério da Saúde
(http://www.aids.gov.br), entre 1990 e 1999,
a via sexual esteve relacionada a contatos entre
homens que fazem sexo com homens em 48%
dos casos. Entre estes, 63,5% deles declararamse
contaminados por exclusivo contato sexual
entre homens. Entretanto, mesmo que a relevância
da via sexual na transmissão do HIV seja
indiscutivelmente reconhecida, o sexo oral
nem sempre é percebido como prática sexual
propriamente dita, ainda que em muitas comunidades
represente uma das primeiras experiências
sexuais entre jovens (Donovan & Ross,
2000).
Atualmente existem evidências científicas
suficientes para se concluir que o sexo oral pode
ser uma via de transmissão para o HIV. Entretanto,
os estudos conduzidos até a data presente
ainda não dispõem de respostas precisas
com respeito à quantificação e qualificação desse
risco. Segundo uma revisão do Grupo Consultivo
de Especialistas da Inglaterra, “a relativa
escassez de casos de infecção pelo HIV atribuídos
ao sexo oral é provavelmente influenciado
pela escassez com que a exposição tenha
ocorrido isoladamente, associada à tendência
de se atribuir a transmissão do HIV a qualquer
outra exposição de alto risco que possa ser identificada”
(Hawkins et al., 2000).
Essas evidências são primariamente baseadas
em relatos de casos clínicos, mas algumas
também em estudos epidemiológicos. Entre
eles, há que se remarcar o The Options Project
(CDC, 1999), assim como o de Rothemberg et
al. (1998), por apontar a importância do reconhecimento
desse risco, ao identificá-lo, e assim
identificar a importância de seu potencial
de contribuição no volume global da transmissão
do HIV.
Os relatos de casos de transmissão oral não
especificam exatamente qual foi o tipo de contato.
As evidências sugerem que existe um significativo
risco de soroconversão associado ao
sexo oral receptivo (contato da cavidade bucal
do sujeito em questão com o genital do parceiro).
É razoável supor que o sexo oral receptivo
com ejaculação na boca, oriunda de um parceiro
infectado pelo HIV, envolveria exposição
a uma grande quantidade de vírus. Ao lado dos
diversos relatos da transmissão do HIV associada
a sexo oral receptivo, existem também relatos
via sexo oral insertivo, assim como associados
a cunnilingus.
As evidências sugerem que o sexo oral parece
ser a forma menos arriscada para a transmissão
do HIV. Entretanto, parcerias homossexuais
e heterossexuais normalmente realizam
sexo oral conjuntamente com sexo genital e, assim,
não é possível comparar-se os riscos desses
dois tipos de atividade sexual. Isoladamente,
o risco da transmissão pelo sexo oral pode
ser aumentado na vigência de inflamação ou
ulceração na boca, na vagina ou no ânus (Rothemberg
et al., 1998).
O conjunto dessas evidências e os atuais conhecimentos
do HIV e da cavidade bucal indicam
que a transmissão do HIV via sexo oral é
biologicamente plausível, e sustentam a conclusão
epidemiológica que esse comportamento
de risco é real, porém menor por essa forma
de exposição do que pelas outras vias de sexo
desprotegido (Hawkins et al., 2000). No entanto,
ainda que muitos estudos tenham dimensionado
essa prática de risco, a maneira como
ele vem sendo percebido pela população e como
vem sendo tratado pelas comunidades clínico-
científicas reflete uma não assimilação do
conhecimento disponível, revelando significativa
carência de acuidade na percepção dessa
via de transmissão.
O risco – o que é e como é percebido
O porquê das pessoas colocarem-se em risco,
motivando-se ao sexo desprotegido, é uma
questão complexa. Este procedimento é usualmente
observado como um comportamento
“patológico”, inalcançável pela educação. Entretanto,
nesse contexto, “patológico” baseia-se
na epistemologia médica, que por vezes exclui
motivações éticas individuais. Ao considerar a
sobrevivência biológica como o principal objetivo
da vida humana, essa epistemologia entende
sexo desprotegido num mundo com
AIDS como “patológico”. Entretanto, se outros
valores éticos são aceitos, valores que não a
longevidade, mas aqueles relacionados com o
conteúdo ou a qualidade de vida, então sexo
desprotegido talvez não deva necessariamente
ser considerado patológico (Odets, 1995).
Como descrito por Parker & Terto (1998:119),
“desde 1989, a pesquisa sociocomportamental
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(6):1841-1844, nov-dez, 2003
realizada entre homens que fazem sexo com
homens no Brasil vem registrando níveis relativamente
altos de conhecimento e informações
sobre o HIV e a AIDS”. No entanto, esses níveis
relativamente altos de conhecimento, paradoxalmente,
relacionam-se a “...baixas taxas de
mudança de comportamento” (Parker & Terto,
1998:119).
A construção de modelos teóricos para a
compreensão do crescimento da AIDS é de importância
estrutural nesse contexto, pois não
deixa de ser verdadeiro e atual o fato de que,
mesmo com relativo alto nível de conhecimento
e informação, indivíduos – em menor ou
maior número – continuam a realizar práticas
sexuais genitais e orais sem uso de barreiras
protetoras contra o HIV (Souza et al., 1999).
Mais e mais, a questão da prevenção ultrapassa
os limites da epidemiologia, inserindo-se
em contexto ético: se aos indivíduos é dado conhecer
um determinado risco, se a elucidação
a respeito desse risco é disponível, assim como
as formas de se evitá-lo, e se esse risco pode representar
a perda da vida individual e de outros,
expor-se a ele ou fazer que outros se exponham
representa um paradoxo para educadores,
clínicos e cientistas.
No entanto, se ao lado desse aparente paradoxo,
pudermos pensar que a percepção de risco
pode estar estreitamente relacionada a formas
de proteção contra um determinado mal,
e que essas formas de proteção são muitas vezes
reinterpretadas e readaptadas pelo sujeito,
na subjetividade da sua compreensão, então um
novo campo de reflexão pode ser estabelecido.
As ciências sociais vêm apontando a complexidade
dos fatores ligados à administração
dos riscos ligados à transmissão do HIV. Sob
essa ótica, esses trabalhos observam como diferentes
contextos e diversas interações sociais
e individuais podem influenciar os comportamentos
e as práticas sexuais. O que pode ser
decisivo nesse contexto é o fato desses trabalhos
não apontarem necessariamente para um
comportamento irracional mas, antes disso,
para uma outra forma de racionalidade (Davies
et al., 1993).
A respeito dessa questão, o trabalho realizado
por Mendès-Leite (1995), é particularmente
esclarecedor, ao descrever o fenômeno
que ele chamou de proteções imaginárias.
Esse fenômeno mostra que a maioria dos
indivíduos conhece a necessidade da administração
dos riscos, está convencida da sua importância
e realiza práticas preventivas determinadas.
No entanto, muitas vezes esses indivíduos
procedem a uma reapropriação das normas
de prevenção, deslocando seu sentido para
SEXO ORAL E HIV ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS 1843
outra perspectiva, ainda que, sob a ótica deles,
o objetivo preventivo permaneça o mesmo.
O ator social recorre a uma manipulação
simbólica das práticas preventivas, ao tornálas
mais próximas de seu quadro cognitivo, o
que lhe permite readaptá-las, guardando a impressão
de não se colocar sob risco. É o caso do
indivíduo que, no lugar de utilizar sistematicamente
o preservativo em encontros aonde haja
penetração, usa-o segundo a aparência ou o
estilo de vida de seus parceiros sexuais. Se, para
a epidemiologia, tal tática pode parecer irracional
pela sua ineficácia, ela é totalmente lógica
para o indivíduo. Na realidade, na sua própria
maneira, o que o indivíduo faz aqui é utilizar
um dos principais mandamentos preventivos:
evitar contatos desprotegidos com uma
pessoa contaminada (Mendès-Leite, 1995).
Sendo uma construção cultural, a prevenção
(e os comportamentos que ela implica)
não pode ser estudada senão sob a visão do
conjunto das representações da doença, do corpo,
da infelicidade e do mundo ao qual os indivíduos
estão inseridos. Em se tratando da transmissão
de uma doença pela via sexual, as representações
do imaginário social sobre a sexualidade
(sexo, gênero, categorias e orientações
sexuais, estilo de vida e de sexualidade,
etc.) são também de grande importância (Mendès-
Leite, 1995).
É por isso que os indivíduos vão interpretar
os preceitos preventivos segundo o seu quadro
cognitivo sócio-cultural, dando-lhes um sentido
que tornará possível colocá-los em prática.
É um mecanismo perfeitamente racional, que
não nega a importância das atitudes prospectivas
para se prevenir contra a doença. Muito pelo
contrário, é exatamente por conhecê-los e
por dar crédito a esses preceitos que os indivíduos
irão deles se apropriar e lhes dar sentido
próprio, mesmo se aos olhos dos outros o conteúdo
“racional” possa parecer, no mínimo, paradoxal
(Mendès-Leite, 1995).
Os atores sociais também tentam fazer prevalecer
suas preferências e práticas sexuais com
uma lógica preventiva, mas, segundo o mesmo
raciocínio, readaptam essa lógica de acordo
com seus gostos e inclinações. Eles se “aproveitam”,
por exemplo, do fato de que o discurso
sobre a importância do preservativo na felação
seja muito ambíguo, para escolher exatamente
a favor daquilo que eles preferem. Essa credulidade
é semelhante àquela de pessoas que, por
diminuírem o número de seus amantes, presumem
poder negligenciar a utilização sistemática
dos preservativos (Mendès-Leite, 1995).
E é por isso que esses paradoxos, desde
sempre inseridos no contexto epidemiológico,
1844 FUNARI, S. L.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(6):1841-1844, nov-dez, 2003
devem também ser compreendidos por outras
áreas de conhecimento, como a antropologia,
a psicologia e a sociologia, na medida em que
requerem reflexão ética aprofundada a respeito
do significado da liberdade individual nas
sociedades humanas.
Se essa liberdade é ilustrada nesses paradoxos,
são corretos os argumentos de Wolfe (2001:
213), ao afirmar que “sem total liberdade moral,
todas as outras formas de liberdade são ilusórias.
Despojados dos aspectos eróticos de nossa
natureza, nós não podemos ser livres, não
importa o quanto acreditamos ser, em nosso trabalho,
nossas políticas – ou mesmo, estranhamente
– nas nossas vidas sexuais”.